"Os espíritos livres reconhecem-se pelo olhar porque a luz que brilha nos seus olhos é a mesma que brilha nas estrelas, não resistem a mostrar aos outros as constelações dos céus e.. dançam juntos quando chega a luz da madrugada.
Um espírito livre olha nos olhos de um desconhecido, fala de amor à primeira vista, de almas gémeas, defende ideias que parecem ridículas, chora mágoas e decepções antigas, alegra-se com novas descobertas, diverte-se, brinca, é irreverente, faz perguntas inconvenientes, diz tolices, disfarça-se de louco quando sofre de lucidez e.. dança com os seus companheiros.
Já agiu muitas vezes incorrectamente, já traiu e mentiu muitas vezes, já trilhou caminhos que não eram os seus e perde-se, vezes sem conta, em labirintos até recuperar novamente o seu caminho, já disse sim quando queria dizer não, já feriu os que mas ama, já foi a festas e procurou a paz, a esperança e o amor na música, nos lugares, nos espaços, nos outros, nas drogas..
Um espírito livre cai nestes abismos muitas vezes, mas quando reúne as suas forças para sair, descobre que é dentro de si que encontra o amor, a paz, a luz.. então, vive a esperança de ser melhor do que é.. e dança enquanto caminha.
Senta-se num lugar tranquilo da floresta e procura não pensar em nada: descansa, contempla, presta atenção à sua respiração, ao voo do pássaro, ao aroma da flor e, conectando-se com a alma do Universo, anda suavemente, sente que participa na dança universal e.. flutua enquanto dança.
No caminho que livremente escolheu, sabe também que tem de lidar com gente que não presta atenção às pequenas coisas, que não sabe que tudo é uma coisa só, que cada acção nossa afecta todo o planeta, que cada pensamento nosso se estende muito para além da nossa vida, que cada minuto pode ser uma oportunidade para nos transformarmos, que estamos no mundo não para combater o mal ou condenar e julgar o outro e.. dança enquanto ama.
Mas porque é um peregrino, um caminhante em busca espiritual, um mendigo do amor, um espírito livre senta-se à roda da fogueira e dá as boas vindas aos estranhos. Usa a sua intuição e não desespera quando o acham louco ou a viver um mundo de fantasia. Não tem certezas, mas sabe que nem todos os caminhos são para todos os caminhantes e.. ensaia novos compassos de dança.
E segue em frente e faz pontes entre o céu e a terra, entre a vida profana e a espiritualidade a que se aspira, entre o visível e o invisível, entre o compreensível e o indizível e então, pouco a pouco, outros se aproximam, reúnem-se e iniciam o seu caminho à volta dos seus ritos, símbolos e mistérios.. e dançam à volta da fogueira.
Um espírito livre conhece o silêncio como a linguagem do indizível, do que não se explica, apenas se sente. Conhece também o poder das palavras e não é tagarela. Não quer parecer ser, ele simplesmente é."
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um texto que me veio parar às mãos há uns anos..
Infelizmente de autor desconhecido (ou ainda por conhecer.)
P.L.U.R.
Sim ainda vais a tempo de participar na agenda contacta-me para o mail. abraço
ResponderEliminarQue bom ler este texto que apesar de ser de um desconhecido, é bem conhecido por todos os espíritos livres. Que bom ler-me em cada palavra, em cada gesto deste texto que é um pedaço de vida vivo. Bem-hajas por partilhar* Vivam os Loucos* :)
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