"Uma vontade enorme demorada de um outro eu ao mesmo tempo igual e diferente em que ela finalmente pudesse dissolver-se. A unidade mística e sensual a unidade perfeita de um todo noutro todo tranquilidade última de lago. O amor. Sempre a vontade de amar como raiz de vida e de morte, de perfeição e aniquilamento. Amor. Êxtase. Amor. Todos os caminhos vão lá ter, a esse encontro breve que normalmente acaba em desencontro. Se há só um tronco na Árvore da Vida como é possível que os seus ramos se ignorem e permaneçam sempre afastados. E se há vários troncos e uma só raiz como é possível que subterraneamente os homens não se encontrem nem a si nem aos outros, como é possível que vivam isolados, dividos em pequenas parcelas de tempo e de espaço. A procura, percebes o que é? A procura, tal como dela dão testemunho tantos homens da nossa geração. Geração inquieta. Às vezes o movimento é tão interior que não se dá por ele. Julga-se que o homem em questão está parado. Ou até que retrocede. Mas pode nem sequer ser um movimento. Pode ser uma espera. Esperar é uma das muitas formas possíveis de procura. Esperar completamente só, completamente imóvel no silêncio."
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Y. K. Centeno
As Palavras Que Pena
in Três Histórias de Amor
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