sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Deitar-me para sonhar


"(Deitar-me para sonhar não é apenas uma flor de pó nascida como uma rosa das areias do deserto e destruída por uma rajada de vento. Deitar-me para sonhar é plantar a semente do milagre e da satisfação.)
(...)
Espero pelo amante fantasma - aquele que persegue todas as mulheres, aquele com quem eu sonho, que está por detrás de cada homem - com um dedo e a cabeça a abanar: «Não é ele, não é o tal.» E isso proíbe-me sempre de amar.
(...)
Desnecessário observar a chama da minha vida na palma da minha mão, essa chama tão pálida como o espírito santo que fala muitas línguas das quais ninguém conhece o sigilo.
O sonho ficará de vigia. Desnecessário manter os olhos abertos. Agora os olhos são pedras preciosas, o cabelo um leque de rendas. O sono toma conta de mim."


Anais Nin
in Debaixo de uma Redoma


..pelo 34º aniversário da sua morte..

1 comentário:

  1. "Tu deixaste a tua marca no mundo, Sabina. Eu apenas o atravessei como um fantasma. Será que à noite alguém dá pelo mocho na árvore, ou pelo morcego que vem contra a janela enquanto os outros falam, ou pelos olhos que reflectem como água e bebem como mata-borrão, ou pela piedade que vacila como luz de vela, ou pelo conhecimento seguro sobre o qual as pessoas adormecem?
    Será que alguém sabe quem eu sou?" [..]

    Anaïs Nin, A casa do incesto, 1936

    ..agora sim ficou bem! ehehe * brilha

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